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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Paixão de vampiro - conto

    Eu tinha um sonho... Todos tem um sonho, não é? Mas o meu, o meu era diferente. Meu sonho era de não ter que ser uma vampira. De não ter que chupar sangue humano. Com dez anos, meus pais fizeram um acordo com uma cigana. Eles iriam embora da cidade, abandonar todos os seres místicos e ela, por sua vez iria ficar e "cuidar" de mim. Ninguém desconfiava dela, mas assim que meus pais foram embora ela disse:
    "Você será uma vampira aos 18 anos." Eu simplesmente não podia acreditar.
    Amanhã seria o meu aniversário de 18 anos uns vampiros iriam vir aqui me visitar. Não queria isso. Não queria mesmo.
    Até que eu conheço minha "irmã gêmea".
    A minha melhor amiga, sempre quis ser uma vampira. Tínhamos tudo o que você possa imaginar em igualdade. Os mesmos olhos mel, os mesmos cabelos castanhos claros... O que mudava era o corpo. Eu tinha um pouquinho mais de curvas, e ela menos, mas com algumas roupas, nosso plano de mudar de lugar, daria certo. 99% eu acho... O dia está chegando.
    Agora 22horas 22minutos exatamente. Algumas horas até o dia em que irei viver e morrer como alguém normal... Ou o dia em que eu irei morrer e para sempre perecer na terra. Agora, se quiser saber o que vai acontecer, terá que ler cada linha que eu escrever, para poder entender melhor o que eu quero passar. Porque agora eu irei dormir, talvez pela ultima vez.
        
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    -Querida? - abri os olhos devagar, com medo de que encontrar - É dia do seu aniversário. Eles viram ao anoitecer, ou seja, daqui a duas horas. Vocês vão conversar, antes de tudo, claro.
    -Que horas são?!?! - a cortei assustada.
    -18:24
    -COMO EU DORMI...
    -Sonífero querida. - ela sorriu para mim e então se senta ao lado da minha cama - Vamos, se arrume.
    Ela saiu e eu corri até o  meu celular para ligar para a Marcinha, minha melhor amiga.
    -Venha, agora. Ela colocou sonífero. Rápido. Pela janela.. - eu falo baixo pelo celular, mas o suficientemente alto para ela ouvir.
     Assim que ela chegou, trocamos de roupa, eu ficando com o cabelo preso em um coque, por tranças coloridas presas ao redor do meu cabelo e a Marcinha ficou com o cabelo solto, igual e eu coloquei uma roupa mais folgada nela, para ninguém reparar no corpo.
     -Pronto querida - falei sorrindo - ESTÁ TUDO PERFEITO. Pode descer.
     -Obrigada... Irmã. - ela sorriu ao me abraçar - Obrigada mesmo.
     -Que isso. Vá logo. Agora, eu sou você. Está realmente certa disso? - me afastei e a olhei nos olhos - Pode desistir em qualquer momento.
     -Tenho mais que certeza. - ela saiu correndo e eu fui me maquiar.
      Destaquei meus olhos cor de mel, com lápis preto, rimel e uma sombra preta, para combinar com o vestido tomara que caia e a sandália de salto agulha.
       Pronta, corri para o andar de baixo e comecei a conversar com as pessoas, até que teve um garoto que realmente me chamou a atenção e eu fui falar com ele. Acabou, algumas horas depois, eu estava em seus braços, ele nos meus e nós nos beijando... Então eu sinto, duas coisas pontiagudas no meu pescoço. Perfura tão lentamente, tão dolorosamente... Eu tento gritar, mas sua mão está na minha boca.
     Ele vai sugando cana energia que eu tenho, então para e me olha nos olhos, um tanto quanto apreensivo.
     -Eu vim aqui com uma missão. Sinto não poder faze-lá, pois eu quis você. E você quer ser minha. Senti isso no seu sangue, minha bela... - ele passou o dedo pelo meu rosto - Mas vejo que tem medo de se tornar o que somos e me pergunto o porque.
       -Eu sou aquela que você deve buscar. Eu sou a sua missão. Desde meus 10 anos sei disso...
       -Não.. Não pode ser. - ele se afasta e então me olha horrorizado - Se você é a Jade, então... Então você está comprometida a ele, meu irmão. Não a mim.
       -COMO? - eu falei brava - Quer dizer que eu sou obrigada a me casar com o seu irmão?
       -Não... Não mais. Comigo, sim...
       Não vejo mais nada, não consigo sentir mais nada. Caio em uma escuridão profunda e sem fim.


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         Acordei e vi a luz do teto acesa. Pisquei os olhos forte e então olhei para os lados.
         -Quer dizer que você quis se casar com o meu irmão e me mandar uma qualquer, só por que é parecida com você? - olho para cima do sofá e vejo um homem forte, bem forte, mas muito bonito - Só quero que saiba, eu não transformarei ela. Meu irmão quer você para ele.
          -Para escolher entre os dois, escolho nenhum. - falei zangada e então me levantei sem olha-lo nos olhos - Tenho que ir embora.
           -Está de dia... Você ainda está frágil.
          -Que sede! - me dobrei em duas ao falar surpresa - Ai meu estômago! 
          -Vem aqui. - algo me puxa para o sofá e então vejo o garoto de ontem que devia ser apenas dois anos mais velho que eu -Tome isso. Vai te ajudar.
          Olhei para o liquido vermelho e não pensei duas vezes. O cheiro me convidava a bebe-lo. Acabei o copo de 500 ml em apenas dois goles.
            -Fazia tempo que não viamos um vampiro tão novo, né? - o mais velho fala e o garoto ao meu lado assente.
            -Era sangue? - perguntei e o garoto balança a a cabeça em afirmação.
            -Você que mais?
            Levantei-me rapidamente e corri pela casa, afim de achar a porta de saida... Mas o Renato, o garoto, me para e então me puxa para um quarto, em uma cama e então me olha nos olhos preocupado.
            -A transformação foi dolorida? - ele pergunta e eu nego.
            -Olhe... A Marcinha...
            -O sangue dela mata qualquer vampiro. Meu irmão percebeu... - ele disse - Bem, ela é uma matadora de vampiros.. 
           -Ta de brincadeira?! - gritei - Não, não é verdade.
           -É sim... - ele fala e me puxa para um abraço apertado - Sei que ele era sua melhor amiga. Agora, já não dá mais para voltar atrás.
           Chorei em seus braços, com uma profunda tristeza que bateu no meu coração, como se tivesse sido traída da pior maneira possível pele minha irmã.

2 comentários:

Michele Lopes disse...

Eu amei esse conto, está PERFEITO.
Beijos ♥!!!

Verônica disse...

obrigada *----*